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Ser uma jornalista cristã…

Compartilhei no meu Twitter esta semana sobre uma situação que vivi ainda no início de minha carreira como jornalista. E vou reproduzi-la aqui. Não para dizer que sou melhor que ninguém. Mas, para te encorajar que você é capaz.

Há quase 12 anos uma agência me contratou para produzir matérias para uma revista de uma grande multinacional. Lembro que passei 5 dias (incluindo meu aniversário), decupando as entrevistas e produzindo as matérias para a revista inteira. Me chamaram com o deadline curto.

Pensa em uma pessoa que escreveu, escreveu e escreveu. Entreguei a revista inteira no prazo. A jornalista que me contratou sumiu por uns dias. Lembro até hoje, eu sentada no fundo do ônibus indo para a faculdade, liguei pra ela. Teve a coragem de me dizer que meu texto era pobre.

Que reescreveu a revista inteira porque meu texto não tinha a menor criatividade. Enquanto ela falava, lágrimas de humilhação desciam nos meus olhos. Me senti a pior jornalista da face da terra. Ela disse que iria depositar o valor contratado porque tinha assumido.

Disse que era para repensar meus textos porque eram pobres e sem criatividade e que não via futuro em mim. Ela pagou, mas disse, que não valia o serviço. Fui para a faculdade arrasada, chorei muito no ônibus. Compartilhei com minhas amigas e alguns professores que discordaram.

Naquela época se não fosse o apoio destas pessoas, talvez eu não fosse jornalista hoje.

Hoje no meio gospel vivo algo semelhante. Pessoas que não valorizam meu trabalho. Mas, hoje eu tenho o Renato, meu marido, que me apoia e não me deixa desistir quando esses sujeitos aparecem. Muitos descapacitados que não conseguem ver o valor do trabalho do outro. Tenho ciência de quem sou.

Sei que sou pioneira na Comunicação Digital para o meio cristão evangélico. Não porque me dei este título, mas, porque o próprio mercado reconheceu que desde quando cheguei neste meio tenho lutado para compartilhar conhecimento, ensinar boas práticas e fomentar um mercado saudável de comunicação em prol do Reino de Deus. Tenho alunos em todo o Brasil, já palestrei em todas s regiões do país! É uma luta e eu persevero dia após dia. Escrevi meu livro (Mídias Sociais na Igreja – que hoje está na loja da Helena e da Amazon) e tem mais 3 saindo do forno.

Aquela jornalista e a tal revista? Nunca mais vi. Tenho por mim que ela publicou o que escrevi.

Em outra ocasião quando tive que optar entre continuar trabalhando como jornalista no mercado que chamamos de “secular” ou na igreja, ouvi do meu antigo chefe que ele não conhecia nenhum jornalista evangélico bem sucedido. Eu tomei minha decisão, vim servir ao Reino e decidi que eu seria e melhor jornalista cristã que eu poderia ser. Não por orgulho. Não para mostrar para alguém, mas, para que o nome dele seja sempre, sempre, sempre exaltado. (Mt 5.16).

Deus de fato usa as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias e eu sou uma dessas. (1 Co 1.27). =)

 

P.s.: Ser jornalista não é ser expert em Língua Portuguesa, não é ter os melhores textos. É errar, é ter dúvidas gramaticais, é consultar o dicionário toda hora. Jornalistas não são seres perfeitos, mas, acima de tudo devem ser éticos.

Uma frase que me marcou ainda nos temos da faculdade: “Jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter”. (Cláudio Abramo). É isso.

Meu LinkedIn para quem quiser conhecer um pouco da minha trajetória: https://www.linkedin.com/in/elisandra/

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