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#CPBR4: A saga continua…

No ano estelar de 2011, mais precisamente ao dia 16 de janeiro, embarquei com a caravana #CPartyMinas em Belo Horizonte (MG) rumo à São Paulo (SP). Esse tipo de viagem é sempre divertida e surpreendente.

Logo na saída, um rapaz sentou ao meu lado. Um dos coordenadores da caravana já foi logo dizendo para todos interagirem, que o ônibus seria uma ótima oportunidade para se sociabilizar. Então, o rapaz sentado ao meu lado (vou preservar o nome rsrs) conversou comigo assim, quase nada. Para puxar assunto, perguntei se estava animado para participar do Campus Party (como seria a primeira vez dele no evento, conforme relatou). “Não, nenhum pouco”, disse, curto e grosso. “Eita”, pensei. “Como um cara vai para um evento de sete dias sem vontade?” Daí ele explicou uma história pessoal e que não estava tão estimulado para estar aqui.

De cara imaginei que esse lance de sociabilizar não seria tão fácil quanto parecia. A galera do busão super atenciosa, rolando brincadeiras ao longo de toda a viagem. Claro, eu dormi na madrugada porque não sou de ferro. Ao acordar já estávamos em São Paulo, fui procurar meu celular e descobri que perdi meu telefone profissional (provavelmente, no posto da parada). Fiquei bem chateada à princípio, mas depois resolvi relaxar. Era cedo demais para “relaxar”…

Uma cena muito engraçadas da viagem foi quando quatro caras (um dos motoristas, mais três passageiros) tentando fazer o aparelho de DVD do ônibus funcionar. Gravaram DVD, arrumaram até DVD original para passar e nada!  Foi um banho nos caras e o aparelho não funcional, enfim, não tivemos filme na viagem. Tiveram até mesmo músicas como Fuscão Preto, Mamonas Assassinas e Ventania. Ah, e não! Não foi CD, eles cantaram ao vivo. Afinação… imaginem… Entre frases e gritarias anotei esta pérola: “O cara viaja quatro horas e pensa que já é veterano”, fala de um dos veteranos para um dos novatos que estava bagunçando no ônibus. Risada geral.

Chegamos no Centro de Exposições Imigrantes às 7h45 da manhã, chovia fino, típica manhã paulistana. Quando abriram os portões e nos deixaram entrar, para a fila, que fique claro. Com fome e sede fomos para uma fila gigante, talvez tivessem umas mil pessoas na nossa frente. O mais notório era pensar que a previsão era que os portões se abrissem ao meio dia. Entretanto, os colegas campuseiros veteranos disseram que ano passado a abertura tinha sido realizada às 10h. Como esperança é a última que morre, pensamos que seria assim. Infelicidade.

Amargamos esperar até cerca de 12h10 hora em que a fila começou a andar, de quatro em quatro passos. Lástima. Na fila, todos da caravana #CPartyMinas estiveram juntos. Na alegria e na dor, como diria alguma música popular. Se não houve interação suficiente dentro do ônibus, ali, teve de sobra. Todo mundo conversou compartilhou o que tinha e o que não tinha com os colegas. Foi lá na fila que conheci a Janine e o Hendel (BH/MG) que são irmãos e o Gustavo (João Monlevade/MG), entre outras pessoas bem legais. Dores nos pés, pernas, cabeça, fome, sede, vontade de ir ao banheiro e nada de fila andar. Nada do bendito crachá de credenciamento ser liberado.

A revolta da galera era geral. Quem ainda tinha bateria no celular (depois de tuitarem a noite toda em suas viagens) dizia “Vou xingar muito no Twitter”. Seria cômico se não fosse trágico. Semblantes cansados e voluntários do #cpbr4 atenciosos tentando explicar o inexplicável. Como pessoinhas tão agradáveis e atenciosas não conseguiam fazer os credenciamentos com rapidez? Parecia uma espécie de castigo coletivo, sei lá.

Palmas para muita gente corajosa que tirou o PC (personal computer) de casa (gabinete + monitor + teclado), e acredite, vi monitores de tubo (é assim mesmo, né?) por aqui. Não faria isso nem para mudar o computador de cômodo da casa, imagina trazer para a Campus Party. Essa galera é mega animada e acho bacana essa disposição de fazer acontecer. É legal ver também que os nerds não são mais aquelas figuras crucificadas e excluídas da sociedade.

Hoje a galera tem orgulho de dizer “sou nerd”. E não basta dizer que é nerd, tem que participar, entender dessas linguagens loucas… DC++ Será algum tipo de átomo positivo? Vai saber. Há poucos anos se fala de duas áreas básicas da computação hardware e software, hoje ouvi um cara dizer que não trabalha em nenhuma dessas áreas, ele é de desenvolvimento. Sem falar da moçada dos games e também dos seriados e tal.

Sem dúvidas o ponto mais marcante do primeiro dia da #cpbr4 foram essas filas infindáveis… Fila para pensar em entrar na fila, como disse meu colega Diogo Soares (JF). Pegamos uma outra mega fila para passar no raio-X e depois sermos direcionados para os endereçamentos das barracas. Não poderia deixar de registrar a presença de um argentino nervosinho na entrada do raio-x “queriendo que nosotros” mudássemos de fila. “Mas estamos em caravana, estamos juntos”, justificaram. Não adiantou o argentino ficou super nervoso e a caravana inteira rindo da cara dele… Quando cheguei na minha barraca, nossa! Foi como se tivesse chegado em minha própria casa. Só não foi melhor porque ainda tinha que encher o bendito colchão inflável.

Resumidamente, chegamos aqui às 7h45 e sentei em minha barraca exatamente às 16h04. Fome nem existia mais na hora, tudo que queria era tomar banho e deitar. Do banho, fui comer uns pãezinhos de queijo e encontrei com a galera da minha caravana. Decidi buscar meu notebook para conectar com a galera do #CPCamp. Sono para quê? Tenho a vida toda para dormir. De cara conheci o Diogo Soares (Juiz de Fora/MG), depois a Bianca (Jequié/BA), a Elaine (Goiânia/GO) e o outro Diogo (Recife/PE).

Rolou uma palestra do Paco Ragageles, fundador da Campus Party, que começou na Espanha, em 1997, sobre o movimento #somethingbetter que é uma espécie de conscientização da galera para divulgar a tecnologia com responsabilidade e integrando pessoas à ela. É uma ideia bem bacana que li antes do evento. Confesso que não entendi patavinas do que o Paco e seus convidados disseram em sua maior parte em Espanhol. Bem que esses estrangeiros deveria falar um pouco mais devagar para que entendesssemos melhor, mas ele quem manda, não é assim? Então, ele mandou e eu não entendi nada do que ele falou. O que seria de mim sem os tweets preciosos da galera com a tag #cpbr4 para entender melhor o que ele falou.

Depois rolou a abertura oficial do Campus Party Brasil em sua quarta edição com a apresentação de um vídeo feito por vários campuseiros. Parecia passagem de virada de ano. Com contagem regressiva e tudo mais. Tem um tal de “oooooooooowwww” uma espécie de grito de guerra que quando um grita todos respondem igual em todo a Campus, nunca vi nada igual. Será uma questão de honra descobrir a origem do “oooooooooooowwww”.

Descobri um cantinho mega especial aqui da Campus Party, um sofá branco em meio a um ambiente rosa. Além de lindo e cativante é extremamente aconchegante. Para ter ideia, estou aqui há cerca de seis horas conectada na web e acompanhando tudo que tá rolando no evento.

Aqui se vê de tudo até gente carregando notebook com o cabo de rede ligado e mostrando a Arena do Campus Party por twitcam. O risco de tropeçar em fios e cair existe, mas o povo arrisca mesmo assim. Muitos conversando sozinhos para suas câmeras digitais ou para seus 2 ou 10 seguidores que assistem o #cpbr4 na madruga. Bom, são algumas das impressões do primeiro dia… sei que muita coisa vai acontecer e espero compartilhar com vocês. E pensando que estes posts serão meus “rascunhos” para a matéria da revista que ainda produzirei no final da Campus Party.

Geek vibrations para vocês!

Elisandra Amâncio
@elis_amancio
Campuseira (infiltrada) por uma semana.

P.s.: Perdoem, mas vou deixar as fotos para amanhã, que já é hoje! Preciso dormir! #Fui

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