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    Publicações no meio “gospel”

    Há cerca de três anos venho trabalhando tanto como jornalista, tanto como assessora de imprensa no meio gospel. Estive refletindo sobre uma das grandes dificuldades que enfrento em Minas Gerais por não encontrar revistas cristãs nas bancas. Se tem algo que me incomoda profundamente como jornalista (e também como assessora) é não termos sequer uma “grande” revista nacional do meio gospel que seja conhecida do Oiapoque ao Chuí.

    Acredito que o problema vá bem além. Em dezembro de 2010 entrei em contato com 15 revistas deste meio solicitando informações para assinatura destas publicações. Tal minha surpresa que estamos em meados do mês de março de 2011 e não recebi retorno de NENHUMA destas revistas!

    Conversei com colegas repórteres de algumas destas publicações sobre como é o trabalho em cada uma delas. Percebi que muitos trabalham como “colaboradores” e mal recebem um exemplar pelos Correios para o portifólio pessoal deles. Algumas publicações tem distribuição gratuita enquanto outras “teoricamente” seriam vendidas em bancas (mas raramente são encontradas nelas! Pasme!).

    Outra reclamação frequente de quem trabalha neste meio é a falta de recursos financeiros para pagar por jornalistas, que a publicidade é baixa, etc. Mas convenhamos, revista não pode viver só de publicidade e nem somente de assinatura. Mas é fato que não podem esquecer que seu público principal são: os leitores! Estas publicações mal tem um site decente na Internet e nem sequer retornam contatos de possíveis “assinantes”, agindo assim, realmente estão fadadas ao fracasso.

    Como assídua leitora de publicações impressas (jornais e revistas) tenho grande dificuldade em acompanhar as notícias publicadas que são referentes ao meio gospel. Atualmente conheço talvez umas duas, três dezenas de revistas que se intitulam “cristãs” mas que não conseguem cumprir seu mailing de envio. Sem querer ser injusta com nenhuma publicação destas não vou citar nomes mas gostaria de gerar a discussão e reflexão do tema.

    O Brasil é um país cristão, acho vergonhoso não termos pelos menos 10 grandes revistas deste meio em circulação por todo o país. Tomara que os donos destas mídias “acordem” e percebam que estão menosprezando milhares de leitores pelo país.

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    Reflexões acerca da profissão: jornalista e assessor de imprensa

    Sabadão de feriado prolongado e eu aqui mais uma vez escrevendo. Como sempre digo, jornalista descansa escrevendo. Hoje passei o dia refletindo sobre a minha profissão (jornalista) e sobre minha atuação (assessora de imprensa).

    As coisas aconteceram rápido no âmbito profissional, mas o sonho existia desde a infância. Sempre sonhei ser jornalista, creio que a maioria de nós chega ao jornalismo pensando ser possível nos tornar um “colaborador” das mudanças do mundo, para melhor, claro. Lembro das redações que escrevia, das pesquisas na época da escola. Trabalhos feitos à mão e quando muito moderno à máquina de escrever. Google? Não tinha ideia do que poderia ser isso. Só se via computadores em bancos ou em instituições públicas nos idos da primeira metade da década de 90.

    Depois do momento nostalgia, não tão nostálgico assim, sou uma aficcionada pelas novas tecnologias. Desde o início de cursos de informática me envolvi completamente. Lembro que dos 15 aos 18 anos fui colunista de um jornal da cidade onde trabalhava, escrevia sobre Ayrton Senna e F-1. Devido várias circunstâncias da vida, vim a cursar jornalismo aos 26 anos. Hoje, aos 31, trabalho na área e amo minha profissão. Acredito na ética, honestidade e princípio, mesmo com a descrença de muitos.

    Tive a feliz oportunidade em trabalhar na redação de uma rádio de notícias que curto bastante. Ali pude colocar em prática técnicas e aprimorar meus conhecimentos na apuração “nossa de cada dia”. Também estagiei em assessoria de imprensa, fui voluntária fazendo matérias e fotos por muito tempo. Escrevi para sites de notícias, revistas, etc. A experiência adquirida nesses últimos quatro anos têm sido intensas e bastante proveitosas. Há cerca de sete meses tenho trabalhado como profissional liberal, como dizem por aí, “dona do meu próprio nariz”. Tenho meus clientes, faço assessoria de imprensa, algumas matérias freelancer para revistas e vou bem, obrigada.

    Mas hoje, lendo alguns emails, sugestões, reclamações e refletindo sobre o que tenho feito da minha profissão, vi que ainda é muito pouco. Por mais que alguém te pague por uma “assessoria de imprensa” ou uma matéria “freelancer”, só “valeu a pena” se ela virou notícia em uma “grande mídia”. A valorização do profissional está, para o assessorado, exclusivamente na “grande mídia”. Convenhamos, é lamentável! Pensando sobre isso, entendi que nós como jornalistas e assessores de imprensa não estamos conseguindo nos “fazer entender” diante dos nossos leitores e clientes.

    A profissão do jornalista ou assessor está limitada à uma linha de pensamento intensamente simplista. O “ter ou não” um assessor é algo dispensável, descartável. E o meu incômodo é tão grande ao ponto de tentar entender então como mostrar ao cliente, leitor, assessorado qual a importância em se ter um assessor de imprensa, ter uma imagem positiva na mídia (incluíndo, principalmente, as redes sociais). Não tenho a resposta simples, mas confesso que este final de semana “promete”.

    Promete, reflexão, indagações, e por que não? Refazer os meus projetos e trajetória? Lembrei das intensas discussões no período acadêmico e aulas sobre apocalípticos e integrados. Essa cultura de massa realmente faz muito mal às pessoas. A visão do mundo do ponto do senso comum limita o conhecimento e raciocínio. Estive pensando que se por um lado não sou bem compreendida quanto profissional e duas coisas precisam mudar imediatamente: a forma como apresento a profissão/função e a forma como trabalho no meu dia-a-dia.

    Me desculpem os blogueiros que pensam ser “imprensa”, mas não acredito que “qualquer” pessoa seja altamente capaz de produzir boas matérias tal qual um jornalista, claro, com exceções, ou um “divulgador”, conseguir fazer um bom texto (release) e ainda conseguir uma boa divulgação. O assessor de imprensa não só escreve texto e divulga, o assessor mantém uma rede de contatos ampla, especializada, direcionada e que aumenta a sua eficácia em cada divulgação. O jornalista não recebe financeiramente “só para fazer” uma matéria. Ele trás em si sua capacidade intelectual, o seu background cultural, que dependendo do seu nível de conhecimento trará resultados surpreendentemente melhores. O jornalista não é pago simplesmente para escrever, mas sim, para usar todo seu conhecimento de mundo, agregado à pesquisa e entrevistas para tornar algo conhecido com a linguagem adequada que alcance públicos de A a E.

    Uau, o texto está longo demais! Vamos deixar o restante das reflexões para um outro texto. Fiquem à vontade para comentar!