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Diploma em pauta
Apesar de para muitos o tema estar bastante “desgastado”, não poderia deixar de citar aqui uma matéria e comentário que gravei com o título “Diploma em Pauta”. Essa matéria refere-se ao evento realizado na última quinta-feira, 25 de junho, na Estácio BH.Quem quiser, confira matéria no meu Blog Experimental (é um blog com fins acadêmicos), basta clicar aqui.
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Diploma – Comentário da Rádio CBN
Comentário do Jornal da CBN com Heródoto Barbeiro, Artur Xexéu e Cony.
Achei bem bacana.Tirei a idéia deste post do Blog do Mário Toledo.A única coisa que não gosto destes posts da CBN é que eles tem autoplay, me perdoem por isso. -
Diálogos da Comunicação – sobre Diploma para Jornalistas
Nesta quinta-feira (25/06), às 19h30, realizaremos no auditório JK, no Campus Prado da Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, um debate sobre a extinção da exigência do diploma para os jornalistas.O encontro terá a participação de profissionais de mercado, representantes do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais e da Delegacia Regional do Trabalho (DRT). O evento será importante para que os alunos tirem suas dúvidas sobre o tema.Contamos com a presença de todos.Att.Professores Marcelo Freitas, Kátia Massimo e Evaldo Magalhães -
A gastronomia e o jornalismo, por Felipe Pena
JORNALISTA Meu nome é Felipe Pena. Sou jornalista, professor da Universidade Federal Fluminense, doutor em literatura pela PUC-Rio, pós-doutor em semiologia pela Sorbonne e faço um risoto de frutos do mar muito apreciado pelos colegas da imprensa que frequentam a sala de jantar da minha humilde residência. A maioria insiste diariamente para que eu abra um restaurante, sugestão que nego com veemência, apoiado em um único argumento: não tenho formação adequada. Perdoe-me pela sinceridade, mas se você achou que o primeiro parágrafo foi irônico é tão preconceituoso quanto os jornalistas que se indignaram com a fundamentação do ministro Gilmar Mendes ao derrubar a exigência de diploma para o exercício do jornalismo. Por que gritaram tanto ao ouvir a comparação entre jornalistas e cozinheiros? Por que se sentem superiores aos colegas da gastronomia? Por acaso somos melhores ou mais sofisticados? Talvez mais eruditos? Claro, nós lemos Balzac, Joyce, Proust, Foucault, Deleuze. Mas essa não é a bibliografia dos cursos de letras ou de sociologia? Pela lógica da obrigatoriedade, passaremos a exigir o diploma de letras para qualquer um que escreva romances ou se arrisque nas estrofes de um poema. Da mesma forma, só poderá exercer o pensamento crítico sobre a sociedade quem passar pelos bancos empoeirados das escolas de ciências sociais. Aliás, este epíteto – ciência – é parte do problema. Um problema que começa justamente na universidade. Nossos doutores da Academia falam despudoradamente em ciências da comunicação, mas onde está a ciência? Qualquer jornalista sabe que sua atividade está ligada a aptidões artísticas, ao bom e velho talento, a uma boa dose de coragem e, principalmente, à capacidade de se comunicar com o público. Claro que não é só isso: lidamos com técnicas específicas e com valores morais que afetam a sociedade. Mas isso também não é ciência e tampouco se aprende na universidade. Então, para que servem as faculdades de jornalismo? A resposta é simples: para aprender a fazer um bom risoto. Se você tiver alguns professores acostumados com o manejo das panelas e outros bem informados sobre os temperos, talvez alcance o objetivo. Mas só vai completar o aprendizado quando chegar à cozinha e tomar uma bronca do chefe: o chefe de reportagem. Infelizmente, o ambiente universitário contempla poucos professores interessados em gastronomia. Os pratos são servidos frios, não têm sabor. Falta pimenta e sobra chuchu na maioria das receitas. A Academia é um inverno de fome, mas é a vaidade dos cozinheiros que atrofia as glândulas gustativas. Os professores somos corporativistas. O verbo é inclusivo porque a crítica não me isenta de culpa. Na universidade, principalmente nos cursos de mestrado e doutorado, utilizamos uma linguagem hermética – escondida sob o véu de ciência – como estratégia de poder para perpetuar nosso lugar nas cátedras douradas da Academia. O discurso é claro: se você não me entende é porque ainda não alcançou o meu nível, mas se estudar muito um dia chega lá. Não é de estranhar que nossos alunos se sintam superiores. Afinal, ninguém fala em epistemologia ou em hermenêutica nos cursos de culinária. Sou favorável ao diploma de jornalismo, o que não significa defender a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão. Na introdução de um livro que publiquei em 2005 (Teoria do jornalismo, Ed. Contexto), tinha uma opinião diferente, mas acho que precisamos rever nossas conclusões sobre o tema. Se eu fosse diretor de um jornal, daria prioridade aos profissionais formados nas boas escolas de comunicação (aquelas que têm cozinheiros talentosos), mas não excluiria sociólogos, advogados ou economistas, cujas habilidades podem ser úteis ao jornalismo. Lá em casa, o risoto continuará a ser servido, mas o restaurante fica pra depois. Quando me formar em gastronomia, convidarei os amigos (se ainda os tiver) para ler o jornal que os garçons vão produzir. Só não sei se o editor-chefe será o sommelier ou o maître. Bom apetite!
* Texto escrito pelo jornalista Felipe Pena e originalmente publicado no Jornal do Brasil de 21/6/9.
Link online aqui. -
Sobre a não obrigatoriedade do Diploma de Jornalista
Podem até não ser mais obrigatório, mas não jogo meu diploma fora de jeito nenhum.
Conhecimento não se joga fora do dia pra noite. O meu background só eu e Deus sabemos o quanto demorou para ser construído… ainda vem muito mais!Diploma? #fail como dizem os twitteiros!
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Supremo derruba exigência do diploma para jornalistas
MÁRCIO FALCÃOda Folha Online, em Brasília
Por 8 a 1, o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou hoje a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Só o ministro Marco Aurélio Mello votou pela manutenção do diploma.O primeiro a votar foi o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, relator do caso. Mendes defendeu a extinção da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista.Na avaliação do presidente do STF, o decreto-lei 972/69, que estabelece que o diploma é necessário para o exercício da profissão de jornalista, não atende aos critérios da Constituição de 1988 para a regulamentação de profissões.Mendes disse que o diploma para a profissão de jornalista não garante que não haverá danos irreparáveis ou prejudicar direitos alheios.”Quando uma noticia não é verídica ela não será evitada pela exigência de que os jornalistas frequentem um curso de formação. É diferente de um motorista que coloca em risco a coletividade. A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia nesse sentido por não implicar tais riscos não poderia exigir um diploma para exercer a profissão. Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão”, disse.O voto de Mendes foi seguido pelos ministros Carmen Lucia, Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso Mello.”Esse decreto é mais um entulho do autoritarismo da ditadura militar que pretendia controlar as informações e afastar da redação dos veículos os intelectuais e pensadores que trabalhavam de forma isenta”, disse Lewandowski.Os ministros do STF aceitaram o recurso interposto pelo Sertesp (Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo) e Ministério Público Federal contra a obrigatoriedade do diploma.Em novembro de 2006, o ministro Gilmar Mendes, relator do caso, havia decidido liminarmente pela garantia do exercício da atividade jornalística aos que já atuavam na profissão independentemente de registro no Ministério do Trabalho ou de diploma de curso superior na área. Hoje, o plenário confirmou a decisão.ArgumentosA advogada do Sertesp, Tais Gasparian, argumentou aos ministros que a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo é inconstitucional porque a Constituição de 1988 garante a liberdade de expressão e do livre pensamento. Ela disse ainda que a profissão de jornalista não depende de conhecimentos técnicos.”A profissão não depende de um conhecimento técnico específico. A profissão de jornalista é desprovida de técnicas. É uma profissão intelectual ligada ao ramo do conhecimento humano, ligado ao domínio da linguagem, procedimentos vastos do campo do conhecimento humano, como o compromisso com a informação, a curiosidade. A obtenção dessas medidas não ocorre nos bancos de uma faculdade de jornalismo.”A advogada afirmou ainda que em outros países, como Estados Unidos, França Itália e Alemanha, não há a exigência do diploma. “Nos EUA, a maioria esmagadora dos jornalistas é formada em escola, mas nem por isso se obriga a exigência de diploma”, afirmou.Já o advogado da Fenaj, João Roberto Fontes, saiu em defesa do diploma. Ele disse que há a necessidade do diploma para garantir a boa prática do jornalismo. “A exigência do diploma não impede ninguém de escrever em jornal. Não é exigido diploma para escrever em jornal, mas para exercer em período integral a profissão de jornalista. O jornalismo já foi chamado de quarto Poder da República. Será que não é necessário o conhecimento específico para ter poder desta envergadura? Um artigo escrito por um inepto poderá ter um efeito devastador e transformar leitores em vítimas da má informação”, afirmou.O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, por sua vez, disse que a obrigatoriedade do diploma pode prejudicar a informação do leitor.”Não se pode fechar os olhos para o fato de que jornalismo é uma atividade multidisciplinar e que muitas notícias e artigos são prejudicados porque são produzidos apenas por um jornalista especialista em ser jornalista, sendo que em muitos casos essa informação poderia ter sido produzida por um jornalista com outras formações, com formação específica em medicina, em botânica, com grande formação acadêmica, mas que não pode exercer o jornalismo porque não tem diploma. Não se pode desprezar esse contexto”, disse.Lei de ImprensaNo final de abril, o Supremo decidiu revogar a Lei de Imprensa, criada no regime militar. Com isso, os jornalistas e os meios de comunicação serão processados e julgados com base nos artigos da Constituição Federal e dos Códigos Civil e Penal.Nos crimes contra a honra –calúnia, injúria e difamação–, o julgamento será feito com base no Código Penal, que tem punição mais branda que a Lei de Imprensa. Já os pedidos de indenização por danos morais e materiais serão julgados com base no Código Civil.O direito de resposta, segundo o ministro do STF Menezes de Direito, não precisa de regulação pois já está previsto na Constituição, em seu artigo 5.Já o presidente do STF, Gilmar Mendes, defendeu uma norma específica para tratar do direito de resposta. ‘Não basta que a resposta seja no mesmo tempo, mas isso tem que ser normatizado. Vamos criar um vácuo? Esse é o único instrumento de defesa do cidadão.’Sem essa norma específica, os juízes decidirão sobre o direito à resposta, seu tamanho e forma de publicação.
Link original da matéria: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u582417.shtml
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Mobilização em defesa do diploma de Jornalistas, em Belo Horizonte
Jornalistas de Minas defendem a regulamentação profissional do jornalista Profissionais, estudantes e representantes da sociedade estão sendo convocados para manifestação e coleta de assinaturas para o abaixo-assinado em defesa da obrigatoriedade do diploma de jornalista. Confira a programação e participe:
§ Dia 27, quarta-feira, na Praça 7, às 12 horas
§ Dia 30, sábado, na Praça da Liberdade, às 9 horas
§ Dia 31, domingo, na Praça JK, às 10 e às 11horas na Feira de Artes e Artesanato da Av. Afonso PenaMais informações SJPMG
(31) 3224-5011 -
Manifesto à nação – FENAJ
Um pouco pela falta de tempo para escrever meus textos, e um pouco porque realmente concordo com a luta da FENAJ. Não podemos nos calar diante da possibilidade de exercer o jornalismo sem diploma. De que adiantaria esses quatro anos que lutamos na academia para aprender princípios básicos para trabalhar-se com ética e seriedade no jornalismo? Sim, sou da turma “Jornalistas por formação”. Acredito que o diploma apesar de importante não é o único item para a boa formação do profissional, mas com certeza o canudo valoriza. Elisandra AmâncioManifesto da Fenaj:
Em defesa do Jornalismo, da Sociedade e da Democracia no BrasilA sociedade brasileira está ameaçada numa de suas mais expressivas conquistas: o direito à informação independente e plural, condição indispensável para a verdadeira democracia.
O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a julgar o Recurso Extraordinário (RE) 511961 que, se aprovado, vai desregulamentar a profissão de jornalista, porque elimina um dos seus pilares: a obrigatoriedade do diploma em Curso Superior de Jornalismo para o seu exercício. Vai tornar possível que qualquer pessoa, mesmo a que não tenha concluído nem o ensino fundamental, exerça as atividades jornalísticas.
A exigência da formação superior é uma conquista histórica dos jornalistas e da sociedade, que modificou profundamente a qualidade do Jornalismo brasileiro.
Depois de 70 anos da regulamentação da profissão e mais de 40 anos de criação dos Cursos de Jornalismo, derrubar este requisito à prática profissional significará retrocesso a um tempo em que o acesso ao exercício do Jornalismo dependia de relações de apadrinhamentos e interesses outros que não o do real compromisso com a função social da mídia.
É direito da sociedade receber informação apurada por profissionais com formação teórica, técnica e ética, capacitados a exercer um jornalismo que efetivamente dê visibilidade pública aos fatos, debates, versões e opiniões contemporâneas. Os brasileiros merecem um jornalista que seja, de fato e de direito, profissional, que esteja em constante aperfeiçoamento e que assuma responsabilidades no cumprimento de seu papel social.
É falacioso o argumento de que a obrigatoriedade do diploma ameaça as liberdades de expressão e de imprensa, como apregoam os que tentam derrubá-la. A profissão regulamentada não é impedimento para que pessoas – especialistas, notáveis ou anônimos – se expressem por meio dos veículos de comunicação. O exercício profissional do Jornalismo é, na verdade, a garantia de que a diversidade de pensamento e opinião presentes na sociedade esteja também presente na mídia.
A manutenção da exigência de formação de nível superior específica para o exercício da profissão, portanto, representa um avanço no difícil equilíbrio entre interesses privados e o direito da sociedade à informação livre, plural e democrática.
Não apenas a categoria dos jornalistas, mas toda a Nação perderá se o poder de decidir quem pode ou não exercer a profissão no país ficar nas mãos destes interesses particulares. Os brasileiros e, neste momento específico, os Ministros do STF, não podem permitir que se volte a um período obscuro em que existiam donos absolutos e algozes das consciências dos jornalistas e, por conseqüência, de todos os cidadãos!
FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas
Sindicatos de Jornalistas de todo o Brasil