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    Crimes contra crianças

    É cada vez maior o número de notícias que dizem respeito à violência contra crianças. Aparentemente o assunto é banal, trivial demais para gerar qualquer tipo de discussão ou mudança de atitude.

    Acabo de ler uma notícia, em que uma mãe jogou uma menina de três meses em um rio, na cidade de Ponte Nova(MG). O bebê, claro, estava morto ao ser resgatado. Até o momento não se sabe ao certo o motivo de tal brutalidade.

    Crianças sendo torturadas, maltratadas, escravizadas (em todos os níveis possíveis, intelectuais, sexuais, serviçais, etc) descriminadas, assassinadas! Outro dia li um texto que dizia explicitamente que o Estatuto da Criança foi criado por adultos na tentativa de garantir à criança e ao adolescente , justamente, aquilo que os adultos não respeitam. Parece incoerente? Pois é assim, o ser humano vive lutando sobre sua própria incoerência.

    Até quando seremos obrigados a ler e testemunhar casos de crianças jogadas em rios, janelas, arrastadas por carros?

    Nesse ponto sim, a imprensa deveria agir insistentemente cobrando da justiça, do Congresso Nacional, medidas, reformas constitucionais, sei-lá-mais-o-quê uma ATITUDE em relação a violência infantil. Ao invés de apegar-se em um caso específico (Nardoni, por exemplo)??? O que as pessoas precisam é de uma voz que clame por seus direitos! A imprensa tem esse poder, de mostrar, falar, expor… então porque calar???

    Não adianta falar (in)cansavelmente sobre o caso Nardoni, mas sim cobrar atitudes contra pessoas que fazem esses atos, e cobrar de quem é responsável, medidas para que casos assim, não aconteçam novamente.

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    Atualidades e desatualidades

    Há quase um mês a mídia está cobrindo (in)cansavelmente o caso Isabella Nardoni. Passeando neste domingo por blogs, páginas de notícias, e zapeando canais de TV, percebi que o caso Nardoni continua no auge.
    Relembrando um passado, não tão distante assim. Lembrei do caso do menino João Hélio, lembra-se? Aquele arrastado por quarteirões no Rio de Janeiro, em fevereiro do ano passado. Pois é, a ética é realmente uma palavra sem sentido neste país de pessoas sem memória.
    Injustiças e mais injustiças acontecem no dia-a-dia do povo brasileiro, e a imprensa insiste em deter-se em um ou outro caso. Pouco tempo depois, ninguém mais fala nada sobre casos assim (como no caso João Hélio).
    A imprensa precisa repensar seu papel, sentir-se mais responsável pelo que noticia. Não estou culpando repórteres e jornalistas, mas sim a direção dessas empresas de comunicação que pensam acima de tudo no lucro. Claro, lucro não é “pecado”, mas vender a desgraça alheia também é demais. Porque só notícia ruim vende?

    Entre tantas notícias ruins, outra história interessante, e no mínimo curiosa, é a do padre doido voador Adelir de Carli, 41 anos. O padre desapareceu no mar após tentar quebrar um recorde de permanência no ar… O caso seria cômico se não fosse trágico. As maluquices desse padre viraram chacotas na internet, além de se tornar inspiração para blogueiros criativos. Resolvi postar a imagem que recebi por email com o título: “Mais um brasileiro no seriado Lost”.
    1bj e 1qj!
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    Até quando vamos nos calar?

    Estou cansado do caso Isabella. Este homicídio virou a piada do país. Podem criticar que estou sendo frio pela morte de uma criança. Contudo, também senti horror pela tragédia, apesar da impaciência. Não gostaria de saber por nenhum veículo de comunicação sobre o assassinato de ninguém que, infelizmente, é o crime que mais acontece de norte a sul. A história desta menina mobilizou o Brasil pela busca de culpados. Interessante como a nação está unida para punir quem quer que seja o criminoso. Acredito que seja pela cobertura insistente da imprensa, que mostra cada capítulo da novela com novos enredos. No entanto, este episódio virou mesmo um reality show.
    O que mais espanta são a forma e as circunstâncias que tiraram a vida de Isabella. Mas o comportamento do brasileiro é mais assustador. Nesta história, quem matou, não deverá passar impune, mesmo que a lei julgue com as brechas que ela possui. Um país armado de palavrões, faixas, discursos pede a cabeça de quem jogou o corpo lá de cima. No entanto, este mesmo povo sequer comenta nos bares a prisão de prefeitos em Minas Gerais que desviaram recursos públicos, que seriam usados na saúde. Questiona-se: quantas Isabellas não morreram nas filas do INSS? Quantas crianças não faleceram devido à falta de atendimento em suspeitas de dengue? Quantas bocas deixaram de ser alimentadas nas escolas?
    Indignação seria o sentimento mais plausível para se ter neste momento. Porém, eu tenho é nojo de tamanha podridão frente os demagogos que pedem cadeia para um assassino da classe média, mas que cruza os braços diante da “cachorrada” que estes governantes fazem nesta falsa democracia. Ninguém abre a boca. A turma do prédio não se une em coro para gritar: “ladrões, bandidos, corruptos, queremos que fiquem na cadeia, seus animais”, quando um mensaleiro passa em seu carro blindado pelas ruas. E a mídia? Noticia a super operação da Polícia Federal, mas não coloca um repórter em cada porta para acompanhar o caso e investigar todas as testemunhas insistentemente. Provavelmente, o roteiro policial ao estilo de Ágatha Cristie dá mais audiência e vende mais jornal. Por isso, afirmo que todos os brasileiros são corruptos.
    Ser corrupto é da natureza humana, um hábito recorrente que se faz sem perceber. Estranho? Não. Todos nós, sempre com o famoso “jeitinho” para ajeitar as coisas, não percebemos que de algum modo somos corruptos com os outros. Podemos não estar fazendo algo errado, mas corrompemos a sociedade quando ficamos acomodados em não tomar uma atitude honrosa para mudar determinadas situações que estão prejudicando ou lesando alguém. Prezado leitor, você pediu cadeia para quem desviou verba daqueles hospitais que não conseguiram atender os pacientes que dormiram na porta para pegar a senha da consulta? Aliás, você gritou “ladrão” para o governante que pegou o avião e viajou com a família para o exterior com o dinheiro do seu imposto?
    Somos reflexos de quem nos dirige. E o convido para pensar: pimenta nos olhos dos outros não é problema meu. Deve ser do governo! Mas o governo quem faz e elegeu fui eu. Só espero que as outras Isabellas também sejam lembradas, após este triste episódio.

    Juliano Azevedo
    Cidadão brasileiro, que é um jornalista envergonhado por integrar esta mídia marrom

    (Este texto foi escrito por meu amigo Juliano, assino embaixo)