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Extra! Extra!


Quando criança ouvia em desenhos animados ou em filmes a expressão: “Extra! Extra!” que remetia a imagem de um sujeito vendendo jornal com notícias “fresquinhas”. O jornal ainda na minha infância – década de 80 – era o “frisson” do momento. Por mais que a maioria das pessoas já tivessem televisão ler jornal sempre foi sinônimo de status e de gente bem informada.

Nesse domingo, acompanhei notícias em um canal de televisão, o que não faço comumente, geralmente, acompanho novidades por meio do sites jornalísticos. A notícia do momento, sem dúvidas, continua sendo o terremoto no Haiti, do dia 12 de janeiro, e suas terríveis consequências. As pessoas que não morreram no terremoto correm o risco de morrerem de fome, sede, ou ainda, por doenças. Se pudesse estaria lá para ajudar. Sei lá, de qualquer forma, orando por aqueles doentes, levando uma palavra de carinho, conforto, um abraço, um banho. Imagino que muitas pessoas estejam se mobilizando para ajudar de alguma forma, mas ainda assim, é pouco. Muita gente pensa que “não tem nada haver com isso”.
E outra notícia que me chamou bastante atenção foi o assassinato de uma mulher em Belo Horizonte pelo próprio ex-marido. Vários especialistas falaram sobre a lei Maria da Penha, que provou mais uma vez, não ser tão eficiente assim. A vítima tinha cerca de nove queixas na polícia contra o suspeito e nada foi feito. Impressionante!
Sem falar nas milhares de pessoas no Brasil atingidas pelos problemas com as chuvas! Mortes em Angra dos Reis, São Paulo e por aí vai. Ondas de violência, acidentes naturais, crises econômicas e parece que ainda assim tudo está bem. A impressão que tenho é que quem ouve a notícia não tem mais a dimensão do quão séria ela pode ser!
Talvez esteja um pouco saudosista hoje… mas quando se ouvia o “Extra! Extra!” todos paravam para ouvir, queriam saber do que se tratava. De alguma forma, acho que as pessoas participavam mais disso. Aquela história que jornal do dia anterior vira embrulho de peixe é verdade, mas a vida de quem é notícia não será mais a mesma. Talvez me sentisse melhor se soubesse que uma notícia poderia mudar a vida de alguém. Enfim… cá estou pensando com os meus botões… (até que eles sejam substituídos por algum outro utensílio da moda mais sofisticado, leve e moderno).

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