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    Assessoria de Imprensa Gospel – A evolução

    Lembro
    de quando escrevi um artigo sobre Assessoria de Imprensa Gospel há algum tempo
    e da repercussão que ele teve. A partir daí comecei a receber contatos de
    diversas partes do Brasil (e do mundo!). Alguns de estudantes de Jornalismo,
    outros de pessoas que sonhavam estudar Comunicação mas tinham dúvida sobre qual
    caminho seguir, e até mesmo, de pessoas querendo me contratar para trabalhar no
    meio gospel.

    A
    questão é que o tempo passou. Caminho para três anos de intensa atuação como
    assessora de imprensa neste meio e outros quatro anos como jornalista
    profissional. Muita coisa mudou ao longo desta caminhada, mas a realidade é que
    ainda temos muito para avançar.
    Pensando
    na evolução das “assessorias de imprensa” do meio cristão o cenário é
    diferente de quando comecei a trabalhar nesta área. Muita gente já entendeu que
    o “assessor de imprensa” não é aquele que “faz agenda” –
    existem os que também fazem – mas sim, o profissional de comunicação que pensa
    estrategicamente sobre as mídias em que vai tentar colocar seu
    cliente/assessorado por meio de ações que gerem a famosa “mídia
    espontânea” – aquela em que o assessorado vira notícia sem ter que pagar
    para aparecer na revista, televisão, jornal, rádio, site e blog.
    É
    isso mesmo colega! Nem tudo na vida é jabá! Ainda acredito nos bons
    profissionais, em assessores de comunicação que trabalham honestamente
    divulgando seus clientes. A figura do “Assessor de Imprensa” que é o
    “Assessor de Comunicação” além do relacionamento com a mídia engloba hoje ações específicas nas Redes
    Sociais como Twitter, Facebook, Flickr, YouTube, Blog, entre outros. O assessor
    não conversa somente com a Imprensa, mas domina a tecnologia e transita bem
    entre as diversas linguagens digitais como um bom webwriter.
    O
    assessor trabalha intensamente no processo de construção de imagem de um
    ministério, igreja, banda, cantor, etc. A postura do profissional, o expertise
    e também seu mailing (lista) de contatos serão pontos positivos nesse processo
    de divulgação. Hoje temos no mercado mais assessores de imprensa atuando no
    meio gospel do que no tempo em que escrevi o primeiro artigo (leia
    aqui)
    mas também, muita gente desqualificada, sem formação adequada e o
    background necessário para um trabalho bem sucedido. A formação profissional é
    importante, sim! Existem casos em que a prática formou o profissional, mas
    creio que não substitui o tempo de estudos, pesquisas e experimentações.
    Dois
    segmentos no meio gospel que mais vejo utilizando os serviços de assessores de
    imprensa são os cantores e as editoras. Se pretende contratar um assessor de
    imprensa busque as referências profissionais dele, avalie o currículo, consulte
    outros clientes dele para ter mais segurança na hora de contratar. Mas não se
    iluda! O serviço de “assessoria de imprensa” sozinho não irá fazer
    milagre! Geralmente é um trabalho a longo prazo, planejado, mensurado e aliado
    a outras frentes de ações como marketing, bons profissionais para ajudar em
    agenda, negociações, pós-venda, etc.
    Uma
    das novidades desde os tempos em que escrevi sobre um primeiro panorama dos
    profissionais de comunicação cristãos é que agora tenho dado aulas e palestras
    pelo Brasil falando sobre Assessoria de Imprensa, Mídias Sociais em Prol do
    Reino de Deus e Evangelismo na Rede. Mais do que trabalhar como assessora de
    imprensa tenho buscado ensinar um pouco do que tenho aprendido ao longo destes
    anos e conscientizar a Igreja sobre nosso papel diante do uso da Internet e das
    redes sociais. Compartilhar conhecimento é uma oportunidade para aprender um
    pouco mais. Pense nisso!
    Elisandra Amâncio – Jornalista
    profissional, assessora de imprensa, webwriter, pesquisadora e palestrante em
    Mídias Sociais.  
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    Extra! Extra!


    Quando criança ouvia em desenhos animados ou em filmes a expressão: “Extra! Extra!” que remetia a imagem de um sujeito vendendo jornal com notícias “fresquinhas”. O jornal ainda na minha infância – década de 80 – era o “frisson” do momento. Por mais que a maioria das pessoas já tivessem televisão ler jornal sempre foi sinônimo de status e de gente bem informada.

    Nesse domingo, acompanhei notícias em um canal de televisão, o que não faço comumente, geralmente, acompanho novidades por meio do sites jornalísticos. A notícia do momento, sem dúvidas, continua sendo o terremoto no Haiti, do dia 12 de janeiro, e suas terríveis consequências. As pessoas que não morreram no terremoto correm o risco de morrerem de fome, sede, ou ainda, por doenças. Se pudesse estaria lá para ajudar. Sei lá, de qualquer forma, orando por aqueles doentes, levando uma palavra de carinho, conforto, um abraço, um banho. Imagino que muitas pessoas estejam se mobilizando para ajudar de alguma forma, mas ainda assim, é pouco. Muita gente pensa que “não tem nada haver com isso”.
    E outra notícia que me chamou bastante atenção foi o assassinato de uma mulher em Belo Horizonte pelo próprio ex-marido. Vários especialistas falaram sobre a lei Maria da Penha, que provou mais uma vez, não ser tão eficiente assim. A vítima tinha cerca de nove queixas na polícia contra o suspeito e nada foi feito. Impressionante!
    Sem falar nas milhares de pessoas no Brasil atingidas pelos problemas com as chuvas! Mortes em Angra dos Reis, São Paulo e por aí vai. Ondas de violência, acidentes naturais, crises econômicas e parece que ainda assim tudo está bem. A impressão que tenho é que quem ouve a notícia não tem mais a dimensão do quão séria ela pode ser!
    Talvez esteja um pouco saudosista hoje… mas quando se ouvia o “Extra! Extra!” todos paravam para ouvir, queriam saber do que se tratava. De alguma forma, acho que as pessoas participavam mais disso. Aquela história que jornal do dia anterior vira embrulho de peixe é verdade, mas a vida de quem é notícia não será mais a mesma. Talvez me sentisse melhor se soubesse que uma notícia poderia mudar a vida de alguém. Enfim… cá estou pensando com os meus botões… (até que eles sejam substituídos por algum outro utensílio da moda mais sofisticado, leve e moderno).
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    A gastronomia e o jornalismo, por Felipe Pena

    JORNALISTA Meu nome é Felipe Pena. Sou jornalista, professor da Universidade Federal Fluminense, doutor em literatura pela PUC-Rio, pós-doutor em semiologia pela Sorbonne e faço um risoto de frutos do mar muito apreciado pelos colegas da imprensa que frequentam a sala de jantar da minha humilde residência. A maioria insiste diariamente para que eu abra um restaurante, sugestão que nego com veemência, apoiado em um único argumento: não tenho formação adequada. Perdoe-me pela sinceridade, mas se você achou que o primeiro parágrafo foi irônico é tão preconceituoso quanto os jornalistas que se indignaram com a fundamentação do ministro Gilmar Mendes ao derrubar a exigência de diploma para o exercício do jornalismo. Por que gritaram tanto ao ouvir a comparação entre jornalistas e cozinheiros? Por que se sentem superiores aos colegas da gastronomia? Por acaso somos melhores ou mais sofisticados? Talvez mais eruditos? Claro, nós lemos Balzac, Joyce, Proust, Foucault, Deleuze. Mas essa não é a bibliografia dos cursos de letras ou de sociologia? Pela lógica da obrigatoriedade, passaremos a exigir o diploma de letras para qualquer um que escreva romances ou se arrisque nas estrofes de um poema. Da mesma forma, só poderá exercer o pensamento crítico sobre a sociedade quem passar pelos bancos empoeirados das escolas de ciências sociais. Aliás, este epíteto – ciência – é parte do problema. Um problema que começa justamente na universidade. Nossos doutores da Academia falam despudoradamente em ciências da comunicação, mas onde está a ciência? Qualquer jornalista sabe que sua atividade está ligada a aptidões artísticas, ao bom e velho talento, a uma boa dose de coragem e, principalmente, à capacidade de se comunicar com o público. Claro que não é só isso: lidamos com técnicas específicas e com valores morais que afetam a sociedade. Mas isso também não é ciência e tampouco se aprende na universidade. Então, para que servem as faculdades de jornalismo? A resposta é simples: para aprender a fazer um bom risoto. Se você tiver alguns professores acostumados com o manejo das panelas e outros bem informados sobre os temperos, talvez alcance o objetivo. Mas só vai completar o aprendizado quando chegar à cozinha e tomar uma bronca do chefe: o chefe de reportagem. Infelizmente, o ambiente universitário contempla poucos professores interessados em gastronomia. Os pratos são servidos frios, não têm sabor. Falta pimenta e sobra chuchu na maioria das receitas. A Academia é um inverno de fome, mas é a vaidade dos cozinheiros que atrofia as glândulas gustativas. Os professores somos corporativistas. O verbo é inclusivo porque a crítica não me isenta de culpa. Na universidade, principalmente nos cursos de mestrado e doutorado, utilizamos uma linguagem hermética – escondida sob o véu de ciência – como estratégia de poder para perpetuar nosso lugar nas cátedras douradas da Academia. O discurso é claro: se você não me entende é porque ainda não alcançou o meu nível, mas se estudar muito um dia chega lá. Não é de estranhar que nossos alunos se sintam superiores. Afinal, ninguém fala em epistemologia ou em hermenêutica nos cursos de culinária. Sou favorável ao diploma de jornalismo, o que não significa defender a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão. Na introdução de um livro que publiquei em 2005 (Teoria do jornalismo, Ed. Contexto), tinha uma opinião diferente, mas acho que precisamos rever nossas conclusões sobre o tema. Se eu fosse diretor de um jornal, daria prioridade aos profissionais formados nas boas escolas de comunicação (aquelas que têm cozinheiros talentosos), mas não excluiria sociólogos, advogados ou economistas, cujas habilidades podem ser úteis ao jornalismo. Lá em casa, o risoto continuará a ser servido, mas o restaurante fica pra depois. Quando me formar em gastronomia, convidarei os amigos (se ainda os tiver) para ler o jornal que os garçons vão produzir. Só não sei se o editor-chefe será o sommelier ou o maître. Bom apetite!

    * Texto escrito pelo jornalista Felipe Pena e originalmente publicado no Jornal do Brasil de 21/6/9.
    Link online aqui.