Artigos

  • Artigos,  Artigos

    Terapia virtual: Excluindo amigos do Facebook

    Lembro quando recebi convite para o Orkut ainda no início de 2004, um famoso site de relacionamento – como dizia a imprensa quando se referia à ele. A dinâmica girava em torno de ter muitos amigos e conhecer gente do mundo todo. Quanto mais o tempo passava, mais as pessoas pensavam – inclusive eu – que era importante ter muitos amigos.

    “Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar”, já dizia Roberto Carlos.

    Mas a verdade é que o Orkut só te permitia ter no máximo mil amigos… E quantas pessoas criavam perfis 1, 2 e 3 por terem mais do que mil amigos em cada perfil?!? (What?)O tempo passou e tantas outras redes sociais surgiram (no contexto de Brasil). Lembro que o Orkut ainda estava no auge quando no início de 2009 criei meu perfil no Facebook e Twitter.

    Ao chegar no Facebook encontrei apenas quatro amigos do Orkut que já estavam ali. As pessoas no Brasil odiavam o Facebook. As comunidades virtuais continuavam em alta no Orkut e acredito que as atualizações do Face (dá licença, sou íntima da rede) trouxeram essa nova audiência aos poucos, principalmente do segundo semestre de 2011 para cá.

    Uau, quanta volta para falar sobre “excluir amigos”. A verdade é que ao chegar no Facebook convidei todos os meus quase mil amigos do Orkut para a “novidade”. Aos poucos eles foram migrando, trazendo outros amigos e indicações. Confesso que ainda pensava como no Orkut: “quanto mais amigo melhor”.

    Até que um dia… em meados de 2010 essa infinidade de amigos (pois o Face possibilita até 5mil) começou a me trazer alguns constrangimentos. Enquanto o Facebook criava as fanpages, chamadas no Brasil de Páginas, comecei a entender a dinâmica de uma maneira bem diferente. “Eureka! Quanto mais amigos selecionados melhor!!!”

    Ali nasceu um novo processo de terapia para o meu dia a dia. A cada vez que me deparo com um engraçadinho que posta uma foto obscena, uma piada de mau gosto ou mensagem preconceituosa, tenho o imenso PRAZER de ir ao perfil do “dito cujo” e “desfazer a amizade”.

    Pode soar cruel, mórbido ou humor negro. Podem chamar do que for, mas o meu maior prazer hoje no Facebook (e outras redes sociais: Twitter, Instagram, Linkedin, Pinterest, e afins.) é excluir amigos, os maus amigos, aqueles que não oferecem conteúdo do meu interesse. Acredito que uma das grandes conquistas da Internet é poder escolher quem você quer seguir, seja pela relevância do conteúdo, amizade ou admiração.

    Amizades precisam ser sadias, inclusive nas redes sociais. De que adianta ter um milhão de amigos, mas sequer nunca ter trocado uma mensagem com ele? Cada vez mais tenho feito este filtro. E que me perdoem os carentes que não gostam de serem “excluídos” ou levarem “unfollow”, mas a realidade é que precisamos ser cada vez mais nós mesmos do que criar avatares e estereótipos virtuais.

    Vejo muita gente que conheço nas redes sociais que são tão perfeitos, inteligentes, engajados e concentrados em seus perfis, mas que pessoalmente, não conseguem falar um frase coerente. Temos vivido a era da inteligência digital, do compartilhamento, mas também a era da imbecilidade. Ouvi diversas vezes a frase que “menos é mais”. E sinceramente? É mesmo.

    Sair emitindo a opinião de tudo quanto é assunto, compartilhando tudo quanto é foto e curtindo qualquer bobagem postada te faz um consumidor e disseminador de conteúdo duvidável, no mínimo. Se você leu esta crônica até aqui, posso falar abertamente… Claro, amo Internet, tecnologia e redes sociais – quem convive comigo sabe disso muito bem – mas estou cada vez mais seletiva com as pessoas que fazem parte das minhas redes.

    Todos reclamam da falta de tempo e da correria… mas já parou para pensar em quantas horas por mês você perde lendo informação, vendo vídeos ou fotos totalmente SEM IMPORTÂNCIA? Precisamos ser mais seletivos sim. Time is money? Não apenas isso, mas tempo é conhecimento. Não troque sua vida real pela virtual simplesmente.

    Conheço muita gente, não tenho um milhão de amigos =) mas já fiz amigos pela Internet que conheci pessoalmente depois, já reencontrei amigos que conheci há muitos anos pessoalmente e que agora estão na Internet, já aprendi (e aprendo) muito com palestras, cursos e mensagens em vídeo que estão no YouTube, já me diverti vendo vídeos engraçados (amo o canal Improvável, ótimo para aliviar o stress #ficadica) e tenho amigos virtuais que talvez nunca encontre pessoalmente, mas tenho um carinho muito especial. Mas a questão é… até que ponto você deve consumir todo esse conteúdo, seguir e ser seguido por toda essa gente e também dar intimidade para as pessoas?

    Quantas vezes sinto que minha privacidade foi invadida? Por outro lado, até que ponto exponho minha vida? Vivi diversas situações com pessoas que pegam meu telefone, MSN (graças à Deus que ele tem os dias contados) ou meu email e se acham íntimos, no direito de até me questionar sobre meus trabalhos e meus clientes?

    E se de repente, já te exclui da minha “rede”, entenda, a Internet te dá liberdade para seguir quem você quiser, mas isso não obriga o “outro” a te seguir. Direito de ir e vir? Sim, também nas ondas digitais. Faz parte da vida lidar com perdas, inclusive, as virtuais. Não #morra porque alguém te excluiu ou deu unfollow, mas entenda que é direito da outra pessoa escolher.

    Por isso, caros amigos, me perdoem a confissão, mas realmente AMO excluir amigos no Facebook. É como tirar tudo que está dentro do armário para fora e ir guardando somente o necessário, organizado, tudo limpo e claro. Tenha o cuidado de manter por perto pessoas coerentes, sinceras e que curtem você. Corra de pessoas mal humoradas, invejosas, pessimistas e mentirosas. Já percebeu como é deprimente seguir determinadas pessoas que “tudo” para elas está ruim? #PenseNisso

    Pratique o desapego! Pratique excluir amigos no Facebook! É uma terapia e tanto, precisam tentar!

    “A ninguém te mostres muito íntimo, pois familiaridade excessiva gera desprezo”, by Tomás de Aquino, via Danilo Fernandes no Twitter.

    #FicaDica =)

    Elis Amâncio

    Artigo publicado originalmente 23/11/2012 – Terapia virtual: Excluindo amigos do Facebook – 

  • Artigos,  Artigos

    Um chamado, uma missão

    Logo quando reconhecemos Jesus Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas sentimos arder no coração o chamado natural que é falar deste lindo amor para as pessoas. Com o passar dos dias aprendemos acerca da criação e de tantos outros temas com olhares e ouvidos mais atentos e o coração aberto para seguir em frente com Jesus. As dúvidas surgem e nada melhor do que saná-las na própria Palavra de Deus.

    Chega a ser singelo a maneira como as pessoas falam do nosso “chamado, nossa missão” como filhos e filhas de Deus na terra. Sair pelo mundo, cumprindo o IDE (Marcos 16.15-16). Afinal, para que mesmo eu vim parar neste mundo?

    Ao longo destes poucos anos de caminhada com Cristo conversei com centenas de pessoas. Uns compartilham com muita alegria, entusiasmo e convicção sobre seus “chamados”. Outros vivem o dilema de não saberem ainda o que fazer.

    Na área da música onde atuo profissionalmente como assessora de comunicação, não é diferente. Gravar ou não um CD, gravar ou não um DVD, fazer ou não o tal vídeo-clipe, cobrar ou não cachê?

    Acredito que todas as respostas estão em nosso coração. Sim, a tal motivação. Sério, a motivação no coração das pessoas dizem tudo sobre o que elas realmente são. Creio que independente da atitude tomada diante de algum questionamento o mais importante é ter convicção de que estamos realmente fazendo algo que Deus faria.

    O simples lucro por lucro, dinheiro por dinheiro ou fama por fama não preenchem o vazio do coração de ninguém. Por mais que se tente disfarçar usando uma linda máscara, embrulho de presente ou sorriso meigo, não vão convencer o Criador de suas falsas intenções. Ele sonda e conhece nosso coração (Salmos 139.1). E confesso que esta é realmente minha grande alegria. Posso até não conhecer o coração de quem me procura para fazer um trabalho ou divulgar uma música… mas me conforta saber que Deus tudo sabe.

    Ao estudar a Bíblia com mais cautela vemos a sinceridade de Abraão ao interceder por seu sobrinho Ló antes da destruição de Sodoma e Gomorra (Gênesis 18). O fato de Abraão ter aberto o coração para Deus sem qualquer tipo de frescura e demonstrar que algo realmente o afligia me motiva a ser cada dia mais sincera com o Senhor. Mesmo em meio aos questionamentos de Abraão, Deus pacientemente respondeu a ele, e o melhor, ouviu seu clamor salvando Ló e suas duas filhas (só não salvou a esposa, pois, desobediente olhou para trás e se tornou uma estátua de sal).

    A Bíblia é assim repleta de histórias magníficas, de pessoas que como eu e você vivem suas lutas diárias, mas que em algum momento tiveram que verdadeiramente escolher confiar em Deus e descansar Nele.

    Creio que nosso chamado, nossa missão não seja somente aquilo que fazemos de melhor. Mas aquilo que Deus nos desperta para fazer. Cada ser humano é único e tem oportunidades para exaltar o nome do Senhor Jesus aqui na terra. Independente do que você faz hoje, faça com sinceridade de coração, buscando agradar à Deus e não homens (nem mesmo seu próprio ego) – Gálatas 1.

    Hoje é o dia de uma nova chance. Arrependa-se e escolha servir, este é o nosso chamado. Aquele que quer ser o maior, que sirva à todos (Marcos 9.30-37).

  • Artigos,  Artigos

    O que é Assessoria de Imprensa? – Parte 3 – O papel do Assessor de Imprensa

    Por Elisandra Amâncio*

    A pergunta que mais ouço como assessora de imprensa é: “Sou assessorável? Não sou famoso, seria possível fazer um bom trabalho de assessoria?” Sempre respondo que sim. Mas claro, ações bem sucedidas dependem do intenso diálogo entre o assessor e o assessorado. Esse relacionamento pode inspirar estratégias novas e diferenciadas, inclusive, fugindo dos clichês da assessoria, como a mera confecção e distribuição de releases.

    Muito se vê e se lê sobre o que faz um assessor de imprensa. Entretanto é importante lembrar que atualmente as funções do assessor de imprensa vão além do relacionamento com a mídia. É comum em algumas empresas e instituições encontrar o nome de assessor de comunicação ao invés de “imprensa”. Ali o profissional acumula outras atividades como coordenar estratégias e equipes não somente de relacionamento com a mídia, mas também como publicidade e marketing.

    Cada assessor de imprensa tem uma metodologia de trabalho. O perfil de quem trabalho dentro de uma empresa (assessor exclusivo) difere do assessor que trabalha em uma agência que atende vários clientes ou mesmo do assessor que trabalha como autônomo. No meu caso, costumo dizer que sou uma “EUgência”. Atendo alguns nomes como assessora de imprensa e traço estratégias para cada um conforme a necessidade e os alvos do cliente.

    Quando alguém me procura querendo saber meu “valor” procuro melhorar esse contato “puxando” mais informações do projeto do possível cliente antes de dar o preço – o famoso breafing. É importante montar uma proposta de trabalho personalizada e que considere detalhes importantes da personalidade de quem será assessorado. O valor vai dentro da proposta. E como o próprio nome diz, são sugestões de possíveis ações que o assessor vai desenvolver no período dos serviços prestrados.

    É bem comum pessoas/ministérios/instituições que contratam uma assessoria de imprensa temporária para fazer o lançamento de algum produto ou serviço especificamente. É uma ação interessante e eficiente, mas não se compara ao trabalho feito a médio e longo prazo. O ideal é manter uma assessoria constante para otimizar ações, mas nem sempre é possível por falta de recursos financeiros, falta de investidores etc.

    Depois do contrato assinado o papel do assessor de imprensa é fazer um breafing mais profundo, ou seja, é nessa fase que o assessor vai conhecer a história do cliente, pesquisar o que já saiu sobre ele na mídia, nas redes sociais, traçar as metas do primeiro mês de trabalho. Particularmente, gosto de fazer o release institucional (biografia/perfil) antes de qualquer outra ação. É muito importante ter um bom texto apresentando o cliente.

    Em seguida analiso o site e redes sociais do assessorado e faço um relatório com sugestões de ações para melhorar o conteúdo destas redes. Nem sempre sou contratada para atualizar estas redes, mas é possível manter todos os canais atualizados sem sobrecarregar o assessor, o assessorado e a equipe que trabalha diretamente com ele.

    Na maioria das vezes é na terceira semana de assessoria de imprensa que faço a primeira divulgação do meu assessorado para a imprensa. Até ali tudo precisa estar ajustado, o release institucional, o site e as redes sociais atualizadas, o release do projeto que será foco da primeira ação pronto e devidamente aprovado pelo assessorado. É preciso estar atento com o uso de fotografias e vídeos, dar o devido crédito a quem fez cada trabalho.

    Um dos papeis do assessor de imprensa é fazer constantes reavaliações das estratégias colocadas em prática. Não adiante colocar o assessorado como colunista de uma revista se o “forte” dele não é escrever. Não adianta insistir em gravar vídeos e postar no YouTube se o cliente não se sente bem fazendo vídeos ou fica mecânico demais. E mais uma vez voltamos à palavra “bom senso”. O assessor precisa identificar quais os pontos fortes do assessorado e explorá-lo o máximo que puder em favor de sua imagem.

    Até algum tempo atrás o assessor de imprensa media os resultados de seu trabalho fazendo o relatório de clipping – que é o relatório com tudo o que saiu do assessorado na imprensa. A Comunicação não é uma ciência exata. Apesar de muita gente pensar que resultado de assessoria de imprensa se reverte em números, sou defensora de que a análise de sentimentos é muito mais importante.

    O processo de consolidação e construção da marca vai muito além do retorno financeiro. Com o aumento do uso das redes sociais percebemos como a relação do público X marca melhorou. Principalmente para aquelas marcas que decidiram dar ouvidos ao seu público e também fazer algo com a informação que recebe.

    Se alguém comprou seu CD em um evento que você participou e ao chegar em casa essa pessoa descobriu que o CD estava com defeito (isso acontece mais do que você possa imaginar). Geralmente o primeiro meio que procura para “reclamar” seus direitos é uma das redes sociais do cantor. E se você não tem uma equipe qualificada, um assessor antenado com essas novas mídias, correrá o risco de manchar sua imagem por um atendimento mal feito.

    A questão não é somente ESTAR nas redes sociais. Mas saber usá-las. Sempre que um assessorado me diz que quer estar em uma nova rede social eu pergunto o motivo. Se a razão for exclusivamente “porque todo mundo tem”, “é nova”, “ouvi falar que vai bombar”. Não são bons argumentos. O assessor de imprensa tem tido uma função importante ao orientar seu cliente sobre isso. Afinal de contas, ele é o profissional que pensa estrategicamente todo o conteúdo que é construído, compartilhado e repercutido.

    *Elisandra Amâncio
    Jornalista Profissional, assessora de imprensa e webwriter. Trabalha há quatro anos como assessora de imprensa de diversos nomes da música gospel nacional. É vencedora do 1º Concurso Cultural de Inteligência Digital (dez/2011) na categoria “Desenvolver” com o artigo “Gospel Digital”.
    Site: www.elisamancio.com.br
    Twitter: @elis_amancio

    Fonte: Supergospel

    Artigo publicado originalmente em 27/02/2012 – Super Gospel
    O que é Assessoria de Imprensa – Parte 3 – O papel do assessor de imprensa: 

  • Artigos,  Artigos

    O que é Assessoria de Imprensa? – Parte 2 – O perfil profissional

    O perfil do Assessor de Imprensa

    Por Elisandra Amâncio*

    Não há como falar sobre Assessoria de Imprensa sem detalhar o perfil do profissional que trabalha nessa área, o Assessor de Imprensa. No Brasil existe uma certa discussão sobre quem é o assessor de imprensa ideal, mas a realidade é que essa função é muito bem exercida tanto por Relações Públicas quanto por Jornalistas.

    O Assessor de Imprensa atende a mídia em tudo o que ela necessita em relação a uma instituição/assessorado, desde fotos, entrevistas, presskit, coletivas de imprensa etc. Cabe ao Assessor de Imprensa ter uma boa lista de contatos (mailing list), construindo relacionamentos com a mídia (televisão, rádio, revistas, jornais, sites, blogs, etc.), enviando sugestões de pauta (matérias), identificando os melhores dias e horários para enviar a notícia e atender a imprensa com a maior agilidade possível.

    Sem dúvidas, um bom assessor de imprensa deve conhecer a rotina dos principais veículos de comunicação com quem mantém contato. Deve saber e respeitar sobre os melhores dias e horários para enviar uma informação, e até mesmo, o horário adequado para ligar em uma redação, o famoso “follow up” e até mesmo, se realmente deve ligar.

    Do ponto de vista ético, o Assessor de Imprensa não envia ou negocia “jabás” com a mídia, nem mesmo insiste na publicação de notícias de seu cliente por troca de favores. Lembrando que a Assessoria de Imprensa parte do princípio de gerar mídia espontânea (veiculação de notícias) pela relevância ou exclusividade da informação. Um dos princípios da Assessoria de Imprensa é a transparência. Se o Assessor de Imprensa não for ético, ágil e transparente o assessorado corre o risco de transmitir uma imagem inadequada para a mídia. A imagem do assessor está diretamente ligada ao seu assessorado e vice-versa.

    O Assessor de Imprensa formado em relações públicas trás em sua formação (Comunicação Social – Relações Públicas) técnicas diferenciadas de relacionamento, planejamento, pesquisa e implementação de projetos, enquanto o jornalista (Comunicação Social – Jornalismo) tem em sua grade curricular disciplinas que aprofundam também os trabalhos de Assessoria de Imprensa, relacionamento, técnicas textuais, bem como a Comunicação Integrada. É cada vez mais comum que nas instituições a antiga função do Assessor de Imprensa seja conhecida como Assessor de Comunicação. Função esta que engloba mais atividades além do relacionamento com a mídia, também com os divertos públicos (stakeholders), públicos interno e externo, Comunicação Empresarial, Mídias Sociais, Marketing, Publicidade entre outras atividades.

    Tenho vários colegas Assessores de Imprensa formados em Relações Públicas e Jornalismo. Não entro no mérito da discussão de qual deles “deveria” atuar como assessor, mas acredito que ambos são plenamente capazes de exercer essa atividade e suas habilidades se completam. Como jornalista, confesso que minha experiência nas redações de jornalismo (rádio, jornal e Internet) foram grandes auxiliadores no meu trabalho como assessora. Conheço os termos e técnicas jornalísticas, o sufoco do fechamento de uma edição e a correria para ir atrás de uma pauta ou de uma foto (que muitas vezes o assessor não envia em tempo hábil – acredite).

    O Assessor de Imprensa além de ético e ágil deve ter bom senso para não colocar o cliente em “saia justa”. Todo convite para entrevista deve ser devidamente analisado pelo assessor e informado ao assessorado. Saber o tema da entrevista, data, horário e local, – confirmados com antecedência – e claro, em caso de cancelamento avisar imediatamente a produção do programa.

    Outra habilidade do Assessor de Imprensa, além de sugerir pautas e atender a mídia em casos pontuais, é importante na organização de coletivas de imprensa e também na organização de credenciamento da mídia em eventos. No último ano tive oportunidade em trabalhar na assessoria de imprensa da gravação de três CDS/DVDs ao vivo – Mariana Valadão (Vai Brilhar), Thalles Roberto (Uma História Escrita pelo dedo de Deus) e André Valadão (Aliança). Tudo é pensado, planejado e realizado, desde a logística, ações permitidas para a imprensa durante o evento, critérios de credenciamento, transmissão online que é a cobertura jornalística do evento – seleção de equipe e ações – texto, fotos, vídeo, redes sociais – que serão desenvolvidas para este tipo de trabalho.

    A credibilidade do Assessor de Imprensa é construída com o tempo, com responsabilidade e seriedade. Esta característica interfere diretamente no trabalho desenvolvido para o assessorado. Se o Assessor de Imprensa é bem visto pela mídia terá mais oportunidades para apresentar seu assessorado e colocá-lo em pauta. Enquanto trabalhei em alguns veículos de Comunicação já vi editores barrarem notícias vindas de assessoria de imprensa por causa do Assessor de Imprensa “mal-humorado”, “chato” (aquele que liga toda hora na redação – exigindo a publicação da pauta), “enrolado”, “que nunca atende” ou que “nunca responde”.

    Falar do Assessor de Imprensa não é tão fácil quanto parece. Mas deixo aberto para você, internauta do SuperGospel, comentar sobre suas impressões dessa área, se é assessor sobre suas experiência e outros pontos que poderemos abordar nos próximos textos sobre Assessoria de Imprensa.

    No site da ABRACOM (Associação Brasileira das Agências de Comunicação) existe um artigo antigo e interessante falando sobre o Assessor de Imprensa. Deixo como “dever de casa” para vocês. Acesse aqui:http://www.abracom.org.br/descricao.asp?id=1096

    Até a próxima semana!

    *Elisandra Amâncio
    Jornalista Profissional, assessora de imprensa e webwriter. Trabalha há quatro anos como assessora de imprensa de diversos nomes da música gospel nacional. É vencedora do 1º Concurso Cultural de Inteligência Digital (dez/2011) na categoria “Desenvolver” com o artigo “Gospel Digital”.
    Site: www.elisamancio.com.br
    Twitter: @elis_amancio

    Fonte: Supergospel

    Artigo publicado originalmente em 24/01/2012 – Super Gospel
    O que é Assessoria de Imprensa – Parte 2 – O perfil profissional: 

     

  • Artigos,  Artigos

    O que é Assessoria de Imprensa? – parte 1 – apresentação [Dica]

    Nesta nova série especial, o SuperGospel aborda os vários âmbitos do serviço, ações, possibilidades e os perfis do profissional que exerce a função de Assessoria de Imprensa.

    Os textos, que serão publicados durante 4 (quatro) semanas, são de autoria de Elisandra Amâncio, jornalista profissional, assessora de imprensa e webwriter de nomes como Andre Valadão e DiscoPraise, entre outros.

    Confira abaixo a apresentação desta série inédita e exclusiva.

    O que é Assessoria de Imprensa? – parte 1

    Por Elisandra Amâncio

    Quando a equipe do SuperGospel me convidou para falar sobre Assessoria de Imprensa, vi a possibilidade de responder a perguntas que muitos gostariam de fazer.

    Entre tantos questionamentos, o mais comum deles é saber o que é “Assessoria de Imprensa”?

    Por mais óbvio que possa parecer, não é tão comum encontrar pessoas que saibam responder com prontidão.

    Principalmente porque, nos dias atuais, o assessor de imprensa não lida somente com o relacionamento com a mídia, mas também atua como grande auxiliador nas questões de Comunicação Digital (como sites, blogs e redes sociais).

    Assessoria de Imprensa é o serviço prestado na área da Comunicação para instituições (públicas e privadas), personalidades, músicos, escritores, etc.

    O objetivo é criar ou melhorar o fluxo de informações entre o assessorado e a mídia (rádio, televisão, jornais, revistas, sites, blogs, etc.).

    Para entender melhor, a Publicidade trabalha com espaços comprados onde se veicula aquilo que deseja ao público final, enquanto a Assessoria de Imprensa trabalha na tentativa de conseguir espaço noticioso na imprensa, a chamada “mídia espontânea”.

    A notícia é publicada pela relevância do assunto que é o espaço noticioso (não pago).

    O Assessor de Imprensa organiza as informações de seu assessorado por meio de press release/sugestão de pauta, press kit e outras ações específicas com o objetivo de levar a informação sobre seu assessorado e desperte interesse na Imprensa em publicar sobre este determinado assunto.

    Vamos falar um pouco sobre essas ações e outros pontos da Assessoria de Imprensa em novos textos nas próximas semanas.

    Os resultados de uma Assessoria de Imprensa geralmente são medidos a médio e longo prazo, o que algumas vezes desanima quem investe nesse tipo de serviço.
    Entretanto, historicamente, o trabalho de assessoria tem agregado valor às marcas, personalidades e instituições que atendem a mídia e oferecem conteúdo de qualidade.

    A Assessoria de Imprensa melhora – algumas vezes, cria – um relacionamento de confiança entre a mídia e o assessorado.

    O Assessor busca estreitar este laço e tornar seu assessorado acessível e disposto a atender a imprensa com agilidade, credibilidade e transparência.

    E pensando nesta atividade no segmento em que atuo profissionalmente, que é o Cristão/Gospel/Cultura, vejo o quanto temos avançado – e temos muito a melhorar ainda – nas formas e meios de levar nossa mensagem, nossa crença em Jesus como Senhor e Salvador usufruindo de todas as ferramentas que nossa geração dispõe nas mãos.

    Até a próxima semana!

    Elisandra Amâncio
    Jornalista Profissional, assessora de imprensa e webwriter. Trabalha há quatro anos como assessora de imprensa de diversos nomes da música gospel nacional. É vencedora do 1º Concurso Cultural de Inteligência Digital (dez/2011) na categoria “Desenvolver” com o artigo “Gospel Digital”.
    Site: www.elisamancio.com.br
    Twitter: @elis_amancio

    Foto: Reprodução da Internet

    Fonte: Supergospel

    Artigo publicado originalmente em 17/01/2012 – Super Gospel
    Série: O que é Assessoria de Imprensa – Parte 1 – Apresentação: 

  • Artigos,  Artigos

    Juramento do Jornalista

    jorn1

    Refletindo sobre a atuação do Jornalista me lembrei hoje do juramento de formatura. Sabe aquelas palavrinhas que representam a essência da nossa vida ética e profissional e que deveriam cercear nossas ações?

    Pois é, muito jornalista se esquece delas com o tempo… outros que atuam como jornalistas – sem formação acadêmica – sequer tem conhecimento de que temos um real compromisso com a sociedade (alguns por instinto, talvez?). Um bom exercício para começar o ano, quem sabe, seja ler este juramento algumas vezes. Não adianta decorar, há certos tipos de coisa na vida que a “decoreba” não resolve, é preciso aprender e viver na prática.

    E, na prática o jornalista tende a “esquecer” quais são os reais princípios de sua formação. Fico pensando em que ponto da carreira a pessoa se perde e pensa que é a total “dona da verdade”? Sinceramente, ainda acredito nas boas práticas da profissão e que é possível fazer um jornalismo diferente, menos medíocre e previsível, fugindo desse sensacionalismo barato e ridículo.

    Se é para ser um mero produtor de informação, por favor, use outro título como profissional, não “jornalista”, obrigada! Tenho compromisso com a verdade, isso basta.

    JURAMENTO JORNALISMO

    Juro / exercer a função de jornalista / assumindo

    o compromisso / com a verdade e a informação. /

    Atuarei dentro dos princípios universais/ de

    justiça e democracia,/ garantindo principalmente

    / o direito do cidadão à informação. /

    Buscarei o aprimoramento / das relações

    humanas e sociais,/ através da crítica e análise

    da sociedade,/ visando um futuro/ mais digno e

    mais justo/ para todos os cidadãos brasileiros./

    Assim eu Juro.

    Artigo publicado originalmente em 11/01/2012 – Juramento do Jornalista: 

  • Artigos,  Artigos

    Assessoria de Imprensa Gospel – a evolução

    notebook
    Lembro de quando escrevi um artigo sobre Assessoria de Imprensa Gospel há algum tempo e da repercussão que ele teve. A partir daí comecei a receber contatos de diversas partes do Brasil (e do mundo!). Alguns de estudantes de Jornalismo, outros de pessoas que sonhavam estudar Comunicação mas tinham dúvida sobre qual caminho seguir, e até mesmo, de pessoas querendo me contratar para trabalhar no meio gospel.
    A questão é que o tempo passou. Caminho para três anos de intensa atuação como assessora de imprensa neste meio e outros quatro anos como jornalista profissional. Muita coisa mudou ao longo desta caminhada, mas a realidade é que ainda temos muito para avançar.
    Pensando na evolução das “assessorias de imprensa” do meio cristão o cenário é diferente de quando comecei a trabalhar nesta área. Muita gente já entendeu que o “assessor de imprensa” não é aquele que “faz agenda” – existem os que também fazem – mas sim, o profissional de comunicação que pensa estrategicamente sobre as mídias em que vai tentar colocar seu cliente/assessorado por meio de ações que gerem a famosa “mídia espontânea” – aquela em que o assessorado vira notícia sem ter que pagar para aparecer na revista, televisão, jornal, rádio, site e blog.
    É isso mesmo colega! Nem tudo na vida é jabá! Ainda acredito nos bons profissionais, em assessores de comunicação que trabalham honestamente divulgando seus clientes. A figura do “Assessor de Imprensa” que é o “Assessor de Comunicação” além do relacionamento com a mídia engloba hoje ações específicas nas Redes Sociais como Twitter, Facebook, Flickr, YouTube, Blog, entre outros. O assessor não conversa somente com a Imprensa, mas domina a tecnologia e transita bem entre as diversas linguagens digitais como um bom webwriter.
    O assessor trabalha intensamente no processo de construção de imagem de um ministério, igreja, banda, cantor, etc. A postura do profissional, o expertise e também seu mailing (lista) de contatos serão pontos positivos nesse processo de divulgação. Hoje temos no mercado mais assessores de imprensa atuando no meio gospel do que no tempo em que escrevi o primeiro artigo (leia aqui) mas também, muita gente desqualificada, sem formação adequada e o background necessário para um trabalho bem sucedido. A formação profissional é importante, sim! Existem casos em que a prática formou o profissional, mas creio que não substitui o tempo de estudos, pesquisas e experimentações.
    Dois segmentos no meio gospel que mais vejo utilizando os serviços de assessores de imprensa são os cantores e as editoras. Se pretende contratar um assessor de imprensa busque as referências profissionais dele, avalie o currículo, consulte outros clientes dele para ter mais segurança na hora de contratar. Mas não se iluda! O serviço de “assessoria de imprensa” sozinho não irá fazer milagre! Geralmente é um trabalho a longo prazo, planejado, mensurado e aliado a outras frentes de ações como marketing, bons profissionais para ajudar em agenda, negociações, pós-venda, etc.

    Uma das novidades desde os tempos em que escrevi sobre um primeiro panorama dos profissionais de comunicação cristãos é que agora tenho dado aulas e palestras pelo Brasil falando sobre Assessoria de Imprensa, Mídias Sociais em Prol do Reino de Deus e Evangelismo na Rede. Mais do que trabalhar como assessora de imprensa tenho buscado ensinar um pouco do que tenho aprendido ao longo destes anos e conscientizar a Igreja sobre nosso papel diante do uso da Internet e das redes sociais. Compartilhar conhecimento é uma oportunidade para aprender um pouco mais. Pense nisso!

    Arquivo publicado originalmente em 22/11/2011 – Assessoria de Imprensa gospel – a evolução: 

  • Artigos,  Artigos

    Apple x Android

    android_apple

    Como profissional da área de Comunicação tenho alertado meus clientes sobre a importância de considerar os usuários de aparelhos da Apple quando vão planejar e criar seus sites, blogs e aplicativos.

    A questão é que a Apple, uma das marcas mais amadas e valiosas do mundo vem conquistando uma multidão de novos “fãs”. Ontem, no Twitter divulguei algo que gerou muitos comentários: “#Paralembrar site, blog e qualquer coisa criada em flash exclui o seu possível público em produtos Apple… iPad, iPhone…”

    Entre alguns tweets recebidos foram levantados questionamentos sobre o grande crescimento do uso de celulares Android, principal concorrente do IOs da Apple. Lembro que na Campus Party deste ano ouvi várias discussões em grupos sobre qual era o melhor. Percebi duas linhas ideologias digitais ou como diz minha amiga jornalista Vanessa Freitas, #culturatec, geralmente os desenvolvedores de softwares, sites e blogs, a turma do “software livre” não usa produtos da Apple, Microsoft, etc.

    A Apple é hoje a segunda maior marca do mundo e acredito que quem é fã da marca não vai deixar de comprar um iPhone ou iPad só porque não roda “flash”. Outro ponto é que os aparelhos Android, em contrapartida são muito mais baratos que os aparelhos da empresa da “maça mordida”. São públicos distintos. Além das questões tecnoideológicas, a questão dos preços influenciam diretamente e mostram essa diferença de público.

    Quem pode comprar um bom aparelho smartphone Android por R$ 500,00 com acesso a email e redes sociais não vai se preocupar em ter um iPhone 4 (um pré-pago em Minas Gerais custa algo em torno de R$ 2mil).

    Mas a questão que continuo levantando é, não é possível continuar ignorando os usuários de produtos da Apple ao desenvolver sites, blogs e aplicativos. O uso do flash exclui totalmente este público. Não sei se a Apple vai trazer alguma novidade com o lançamento do IOs 5, mas ignorar o público “Apple” é como ignorar boa parte dos públicos A e B. #FicaDica

    Adendo: Depois da leitura de alguns comentários, em especial da amiga Rute Elias, quis acrescentar algumas palavras a este texto. Para quem trabalha na área de Comunicação é claro que devemos desenvolver nossos projetos para falar com todos os públicos de A a E (e mais algum se houver). Entretanto, vejo que algumas “instituições” e profissionais tem dedicado suas atenções quase exclusivamente para o desenvolvimento de aplicativos e plataformas para produtos Apple ou Android. Geralmente o que investe em um, não investe em outro. E ainda li possibilidades interessantes como o Windows Phone que está surgindo aí.

    Este post além de levantar a opinião de vocês sobre o tema, sem querer saber qual é melhor ou não, mas sim, quais ações bacanas para desenvolver ou não. Já vi projetos de Comunicação que excluem totalmente os usuários da Apple, e vice-versa. Apenas uma reflexão para pensarmos um pouco mais como profissionais de Comunicação, e também aproveitar o espaço dos comentários para sabermos a opinião de quem não trabalha nesta área. Então vamos lá: Qual a sua opinião? Compartilha aê com a galera!

    Temas relacionados:

  • Artigos,  Artigos

    Jornalismo no meio gospel

    Apesar da existência de muitos sites, blogs, revistas, programas de rádio e televisão voltados para o público gospel, é preciso reconhecer que mais do que um público-alvo, o trabalho da mídia evangélica pode ser reconhecida como editoria. Assim como cada vez mais os cursos de Comunicação Social incentivam que seus estudantes especializem-se em editorias como Política, Economia, Cidades, Esportes, Saúde, Internacional e Nacional, Cultura entre outros.

    É a hora da imprensa gospel entender que é preciso profissionais especializados e qualificados para atuar no Jornalismo Gospel. Assim como cada segmento do jornalismo as matérias desse segmento também possuem linguagem própria e peculiaridades que devem ser respeitadas. Muitas empresas de comunicação já tentaram criar revistas, jornais, sites e blogs que falem sobre o meio cristão, porém, não obtiveram boa audiência porque tentaram utilizar “receitas prontas” do jornalismo “nosso de cada dia”.

    O crente tem uma forma diferenciada para conversar, seus jargões, expressões e opiniões. Uma boa linha para acompanhar essa diferença é a área cultural. A música gospel não é tratada da mesma forma que a música do “show business”. O público evangélico está atento a letra das canções, aos ritmos, e até mesmo, ao estilo de roupa que o músico ou ministério usa. Porém, o jornalista que não está preparado para considerar expressões como “eventos” ao invés de “shows”, e “ministro” para “artista” na hora de construir sua matéria, corre o sério risco de perder o leitor, ouvinte ou telespectador antes mesmo de ter terminado de transmitir sua mensagem.

    Como jornalista cristã aprendi que não escrevo uma matéria para noticiar o fato pelo fato, a informação pela informação. Há muito mais além das palavras que escrevo, considero o lado espiritual desse trabalho, a influência que aquela notícia pode ter na vida do meu leitor, sem é claro, perder o que tecnicamente o jornalismo tem de melhor na construção da notícia. Costumo dizer que o crente precisa aprender a utilizar das técnicas, tecnologia e ferramentas criadas para a nossa profissão, no caso, o jornalista, agregando os valores que conhecemos por meio da Bíblia Sagrada. Pode parecer fácil, mas é preciso dedicação, estudos e muita, mas muita leitura para obter bons resultados.

    Não existe fórmula pronta! Apesar de muitos pensarem que para atuar na mídia gospel não seja necessário ter um diploma, posso dizer que no meu caso, a formação acadêmica fez toda a diferença na minha carreira profissional. Títulos não fazem diferença, a diferença vem dos nossos conhecimentos, força de vontade e dedicação. A imprensa necessita de pessoas qualificadas, preparadas para lidarem com as novidades. O bom jornalista, independente da editoria onde trabalha (gospel ou não) precisa saber se comportar em uma entrevista, em uma coletiva de imprensa e saber elaborar boas perguntas ao entrevistado.

    Outro dia conversando com um grande jornalista brasileiro ele compartilhou comigo que um dos motivos pelo desinteresse das pessoas para lerem entrevistas é a falta de criatividade do repórter ao construir uma pauta (lista de perguntas ao entrevistado). As entrevistas estão cada vez mais parecidas! Onde está a criatividade e o interesse por construir pautas e matérias diferenciadas? Sem essa de que é “meu dom” e pronto. Se você quer trabalhar como jornalista no meio gospel deixe a soberba de lado, vista-se com a capa de humildade, e busque conhecimentos na área. Leia jornais, revistas, sites e blogs – independente de serem do meio gospel ou não. Leia grandes entrevistas e biografias! Conheça o trabalho dos grandes jornalistas brasileiros, como bons ouvintes, tornaram-se ótimos contadores de histórias! O que não faltam são boas fontes de inspiração. Leia bons livros – independente de serem cristãos ou não – no meu caso, costumo ler dois livros ao mesmo tempo, um sobre jornalismo (rádio, televisão, internet, revistas, literaturas nacionais e internacionais) e outro cristão. Além, é claro, da Bíblia. Como você vai noticiar sobre o povo de Deus sem saber quem é o Criador? O mar está aberto, vamos atravessá-lo?

    Por Elisandra Amâncio
    Jornalista, assessora de imprensa e colaboradora do Portal Lagoinha.com

    Artigo publicado originalmente em 07/05/2010 – Lagoinha.com
    Jornalismo no meio gospel: 

  • Artigos,  Artigos

    Assessoria de Imprensa no meio Gospel

    Há pouco mais de um ano trabalho no meio gospel como assessora de imprensa. A pergunta que sempre ouço é: “o que faz um assessor de imprensa?” No Brasil a função do assessor de imprensa não é tão claro para o público, principalmente, porque fora daqui essa atividade é desenvolvida exclusivamente por Relações Públicas, os conhecidos, RPs. Pensando no constante questionamento, na maior parte das vezes, por pessoas ligadas ao meio musical, resolvi fazer meu post de estreia no Observatório Cristão falando um pouco sobre Assessoria de Imprensa.

    Como jornalista, estudei no período acadêmico sobre os diversos lados da comunicação e seus processos comunicacionais. Tecnicamente falando, o jornalista aprende na faculdade quais as melhores formas para construir o texto e a imagem afim de “segurar” o seu leitor. Sem dúvida que a relevância da informação é o ponto chave para o sucesso da comunicação. Nesses últimos anos trabalhei em rádio, agência de comunicação, site de notícias e jornal, além de fazer alguns trabalhos freelancer como repórter para revistas. Estive dos três lados da notícia: do lado de quem recebe uma sugestão de pauta, do lado de quem produz a notícia (matéria) e também do lado de quem lê.

    Convenhamos que o trabalho da mídia chamada por alguns de “secular” e o trabalho no meio “gospel” é extremamente diferente. Falo com convicção por ter migrado da primeira para a segunda. As ações exercidas por um repórter evangélico e outro não-evangélico são bem diferentes, quanto mais, em trabalhos de assessoria de imprensa. Ah! Não se assuste se você ver a identificação de assessor de “comunicação” ao invés de “assessor de imprensa”. Esta função é tão abrangente que no meio corporativo quase não se vê mais a nomenclatura “assessor de imprensa”. Isso porque as funções de um assessor não se limitam a produção de releases (sugestões de pauta) e relacionamento com a mídia, vai bem além.

    Assessor de imprensa (comunicação) é o profissional (na maioria das vezes formado em Jornalismo ou Relações Públicas) que utiliza de suas habilidades comunicacionais para orientar, sugerir ações e administrar o relacionamento do assessorado com a mídia. Vai desde sugerir ao cliente qual tipo de camisa deve vestir ao dar uma entrevista em um canal de televisão – aproveitando, evite utilizar camisas com listras finas quando for aparecer na TV, geralmente, dá sensação de vertigem ao telespectador – até gravação de spots (chamadas) para rádios divulgando a música de trabalho em arquivo MP3. Outro ponto bacana é a organização de coletivas de imprensa, que é uma convocação da imprensa para o anúncio de algo extraordinário, como uma turnê, um grande show em alguma cidade, o lançamento de um livro e por aí vai.

    Particularmente tenho utilizado das minhas habilidades jornalísticas para produzir não apenas sugestões de matérias, mas sim, enviar matérias prontas para a mídia. Se houver interesse da imprensa em aprofundar o tema, faço a mediação e agendamento da entrevista. Para cada perfil de cliente assessorado é preciso desenvolver ações diferenciadas, adequadas a necessidade dele. Como identificar qual o público do assessorado, qual tipo de mídia é mais eficiente para que ele possa atingir seu público. Por exemplo: Uma banda que atua em Goiás, em uma região onde 80% das pessoas não tem acesso à Internet, não seria eficaz fazer a divulgação de um release dele na região exclusivamente para a Internet. A divulgação será feita, porém, o assessor de imprensa deverá fazer um plano de divulgação que considere principalmente as rádios da região, canais de televisão, se houver, com agendamento de entrevista. Outro ponto interessante para quem está no interior são os jornais impressos, ponto social da cidade. Quem sabe sugerir uma entrevista exclusiva para ele?

    O importante, caro leitor, é que você entenda que o assessor a partir das informações que o assessorado passa irá desenvolver um planejamento de ações e irá orientá-lo como executá-las. O assessor de imprensa trabalha para gerar mídia espontânea. O que é isso? É fazer com que o assessorado vire notícia sem ter que comprar espaço para isso. Lembrando que se uma informação sai na mídia e é paga deveria ser taxada como publicidade (Esta última frase mereceria um post exclusivo para discutir esse tema).

    Nos últimos anos o mercado gospel tem caminhado para a busca da excelência e profissionalismo. Aquele pensamento antigo de que para Deus pode ser de “qualquer jeito”, tem caído por terra. Felizmente. Cada vez mais são necessários profissionais qualificados, treinados e antenados com as mudanças. As novas tecnologias como as mídias sociais (Blogs, Orkut, Facebook, Twitter, MySpace etc) são ótimos exemplos para isso. O que parecia “modinha” de adolescente provou com todos os méritos que chegaram para ficar – pelo menos, até que se crie algo melhor. É perceptível no meio musical que estão à frente àqueles que optaram por aderir a esta movimentação. Comunicação tem tudo haver com interação.

    A questão não é mais “só” ser notícia. A questão é quem é notícia e interage com seu público. Daí a importância do assessor de imprensa que orienta, faz o diagnóstico das demandas e mantém seu assessorado alinhado com o mercado. Isso é pecado? Claro que não! Jesus, sem dúvidas foi um dos maiores comunicadores da história. Ele perguntou aos discípulos “E vocês quem dizem que eu sou?” Usou as palavras certas no momento certo e com as ferramentas que dispunha naquela época. A assessoria deve ser utilizada em sua abrangência para tornar um nome ou uma marca conhecida. A boa imagem será reproduzida e fortalecida a partir da transparência da instituição, banda, ministério ou pessoa assessorada.

    O assessor de imprensa tem como um dos principais pontos de trabalho o relacionamento que mantém com a mídia (rádio, televisão, jornais, revistas e Internet).  Lembrando que assessoria de imprensa não é marketing – que é mais voltado ao público final, enquanto o assessor de imprensa lida diretamente com os veículos de comunicação. As sugestões de matérias são encaminhadas, mas cabe à empresa de mídia decidir publicar ou não a notícia. No caso da mídia gospel há escassez na mão de obra qualificada, convenhamos que isso dificulte bastante o processo. São poucos os veículos de comunicação nesse meio que possuem jornalistas, publicitários, relações públicas ou outros profissionais que atendam à essa demanda. Em vários casos as sugestões são publicadas na íntegra, quase não há matérias e entrevistas exclusivas – ou por falta de iniciativa, ou por falta de pessoal. A boa notícia é que o próprio público gospel está mais exigente no sentido de optar por uma boa música, um bom livro, ler uma boa matéria ou usar uma grife que veste bem com estilo e que respeita os valores que a pessoa carrega.

    E quem se destaca nesse contexto todo? Com certeza, aqueles que sabem utilizar das boas ferramentas da comunicação.

    Por Elisandra Amâncio.

    Arquivo originalmente em 05/04/2010 – Observatório Cristão
    Assessoria de Imprensa no meio gospel: